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Cá dentro

A casa térrea que serve a associação é uma casa típica de sul, virada a leste. De frente para o jardim, na Estrada do Está Bem, situa-se na margem de cheia da ribeira de Telhares e consiste em, aproximadamente, 60 m2. Sobreviveu a duas cheias, em 1997 e 2006, bem como a um sismo - provavelmente, o de 1993 ou 95. Edificada nos anos 50, foi usada como armazém e posto de venda de fardos de palha e outros materiais de apoio ao então chamado celeiro do país em ditadura, na época dita dourada por alguns locais, nostálgicos do mundo rural que não se sentia no isolamento estrutural [contemporâneo]. Sofrendo alguns melhoramentos, já enquanto casa de família e hóspedes, ao longo das décadas posteriores à revolução de 1974, foi agora renovada.

 

A habitação constitui-se por divisões baixas e pequenas, chão coberto de pedra hidráulica e mosaico dos anos 70 e 80. De paredes grossas de pedra do rio, cobertura em taipa e telha inglesa produzida em Lisboa (modelo já inexistente), as janelas foram construídas em madeira de cedro e as paredes caiadas. Na remodelação, tentámos respeitar esta tipologia, mantendo a traça original e preservando os materiais, quer pelas suas mais-valias, quer pela poupança que evitou a aplicação de materiais novos de inferior qualidade. Na reparação do telhado  foi adicionada uma clarabóia, cobertura de lã de vidro e folha isotérmica com acabamento com placas de gesso. Nas paredes exteriores foi removida a tinta plástica de anos recentes e usada, de novo, a cal. As madeiras foram tratadas com óleo de linhaça, o chão do piso superior foi coberto com placas isotérmicas e alcatifa. Tudo isto possibilitou a estabilização da temperatura e a impermeabilização do edifício, proporcionando a redução de consumo energético.

 

A entrada é servida por um alpendre, agora provido de cobertura com cana e buganvília. Percorrendo o corredor no seu interior, de um lado encontra-se a biblioteca, do outro o café/bar, ambos com janelas para a frente. A casa de banho fica ao fundo da casa, com a cozinha à sua direita, onde se encontram as escadas de acesso ao piso superior e uma porta para as traseiras: aqui fica um antigo logradouro, de pequena dimensão mas bastante solarengo, com chão de pedra de rio a ser remodelado com pedra de xisto das encostas da região. 

 

A partir da primavera de 2025, a biblioteca e o café/bar verão ainda algumas reformulações para providenciar mais espaço para acolher os convidados. Nessa altura, a equipa residente, incluindo animais domésticos, mudar-se-á para a casa geminada, libertando, assim, a futura despensa que, de momento, serve ainda de aposentos privados.

O café/bar está aberto para frequência dos associados e serve também de apoio aos hóspedes para encontros diurnos, tertúlias nocturnas ou, apenas, uma pausa dos dias de frio ou de calor no exterior. Com um antigo balcão, recuperado nas ruínas de uma taberna das imediações e restaurado como peça central, dispõe de algum mobiliário, gira-discos e leitores de cds e cassetes, uma máquina de café expresso, um bar com bebidas típicas e outras, como chá, água mineral e limonada. A janela para o alpendre possibilita, nos meses de calor, o atendimento directo na pequena esplanada, onde também se podem consumir petiscos ligeiros, tartes e bolos. É também possível usufruir destes produtos na esplanada do jardim (sem serviço de atendimento). A iluminação facilita a leitura, bem como um ambiente mais escuro e/ou festivo. O sistema de som ligado a microfones e colunas permite, ainda, performances ao vivo ou prazeres simples como o karaoke. Pode-se fumar neste espaço.
 
O serviço e limpeza são aqui assegurados pela equipa. Aos hóspedes é possível o consumo de produtos privados, desde que o acesso aos utensílios e respectiva limpeza tenham lugar na cozinha.

A biblioteca consiste numa colecção de livros em português e inglês, com algum alemão, tratando-se, maioritariamente, de literatura portuguesa e estrangeira, como de história, filosofia, sociologia, psicologia, teatro, arte e cultura, incluindo, ainda, uma pequena secção do meio natural e literatura infanto-juvenil, alguns dicionários, jornais, zines, revistas, banda desenhada e novelas gráficas. Dispõe de boa iluminação para  leitura, escrita e outros trabalhos manuais, como de uma mesa de madeira maciça que se pode abrir para acolher até 10 pessoas, quer para refeições, como para trabalhar. 
 
Disporá, ainda, de pequenos sofás, projector de vídeo, espaço para movimento e prateleiras vazias. Para determinados eventos e actividades poderão ser disponibilizadas mais cadeiras, um projector de luz e/ou uma coluna de som móvel (com microfone). Um quadro magnético com marcadores será, ainda, instalado.
 
A manutenção da limpeza e arrumação são de co-responsabilidade da equipa, hóspedes e participantes em oficinas a decorrer neste espaço.

A casa de banho, pequena e simples, compõe-se ainda da louça, mosaicos e algumas torneiras originais, dispondo de prateleiras para uso dos hóspedes, secador de cabelo e artigos básicos à disposição, como kit de primeiros socorros, tampões, toalha das mãos, sabonete e papel higiénico. O aquecimento da água processa-se por sistema de cilindro, proporcionando um duche bem quente e com bastante pressão. No inverno, há um aquecedor eléctrico à disposição. Uma pequena janela para o pátio oferece respiração e luz natural durante o dia.
 
Os hóspedes de média e longa duração são co-responsáveis pela manutenção da limpeza e dos produtos, aquando do alojamento, podendo dispor de toalhas de banho, se assim acordado previamente.
 

A cozinha, recheada de louça e utensílios para cozinhar e servir refeições para grupos até 10 pessoas, dispõe de fogão eléctrico com forno, lava-louça e bancada, prateleira de especiarias e mesa de apoio com duas cadeiras. A uso encontram-se também uma máquina de lavar roupa e um frigorífico, como produtos de limpeza, compotas, frascos de cereais e leguminosas e prateleiras para despensa dos hóspedes. Não fazemos uso de máquina de lavar louça ou microondas. Estão outros electrodomésticos à disposição, como chaleira eléctrica, varinha mágica, batedeira eléctrica, picadora e torradeira. 
 
Na lareira típica da região, larga e baixa, será, a seu tempo, instalada uma salamandra, servindo, actualmente, para secagem e conservação de legumes, folhas e ervas. Neste espaço é feita, ainda, a reciclagem/compostagem.
 
Os hóspedes em residência poderão optar por refeições preparadas pela equipa, desde que, previamente, acordado. A manutenção da limpeza e ordem, bem como da gestão do lixo produzido, são de co-responsabilidade da equipa, hóspedes e participantes nas oficinas a decorrer neste espaço.

O dormitório, um antigo sótão de arrumações em estado cru, consiste agora num amplo estúdio para acolher até sete pessoas (cinco camas individuais e uma de casal). Dispõe de luz natural, espaço para arrumação de malas, cabides, gavetas e um espelho, com áreas para relaxar e/ou a prática de ioga ou meditação. Cada cama é servida de mesa de cabeceira, candeeiro de leitura e tomadas eléctricas. Dispomos de roupa de cama, almofadas, mantas e cobertores, um aquecedor eléctrico, um aspirador e uma ventoinha. Não é permitido o uso de calçado de exterior.
 
Para mais privacidade e conforto, estão já em construção biombos de cana na separação dos espaços.

O pátio, antigo logradouro com vista para o pomar da vizinha, serve agora para refeições e apoio à cozinha na mesa de mármore com cadeiras de ferro; lavar a roupa no tanque renovado; relaxar num dos cadeirões disponíveis ou proceder a tarefas manuais como pequenos restauros e secagem de alimentos. Tem um guarda-sol, nos meses de calor, pequena mesa de café e uma corda da roupa, recentemente, instalada. O vidrão e um contentor para restos de vegetação e outras matérias orgânicas encontram-se também nesta área.

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